48 anos da Revolução dos Cravos – um filme, um livro, uma música
Atualizado: 9 de mai. de 2022
No dia 25 de abril, comemorou-se 48 anos da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura de António Salazar, em Portugal. Os cravos colocados pela população nas espingardas dos soldados fizeram com que a flor se tornasse o maior símbolo da revolução, que acabou com 48 anos de ditadura fascista e 13 anos de “guerra no ultramar”, que reprimia movimentos de descolonização nas colônias portuguesas africanas. Em comemoração à data, daremos algumas indicações culturais sobre o tema. E, para saber mais sobre a Revolução dos Cravos, o História da Ditadura fez uma entrevista com historiador Fernando Rosas, que atuou na resistência ao regime, tendo sido preso e torturado pelas forças repressivas do Estado português:
Filme:
“Capitães de Abril” de Maria de Medeiros (2000). O filme conta a história da Revolução dos Cravos, tendo se tornando uma das mais impressionantes produções do cinema português com uma enorme aceitação do grande público. Partindo das memórias do capitão Salgueiro Maia, um dos líderes do Movimento das Forças Armadas (MFA), tenta recriar o dia que transformou o país e deu fim à ditadura salazarista. A película é extremamente interessante, pois tenta reconstituir o acontecimento histórico. Além de ter sido exibida no festival de Cannes de 2000, ganhou uma série de prêmios internacionais, como o Globo de Ouro de 2001.
Livro:
“Depois dos cravos: Liberdades e independências”, organizado por Leandro Pereira Gonçalves e Marçal de Menezes Paredes (2017). O livro, publicado pela EDIPUCRS, traz uma análise complexa do significado da Revolução do Cravos. A obra vai além do pensar apenas sobre as transformações na sociedade portuguesa no pós-revolução, mas ressalta que os significados desse movimento são mais do que as mudanças ocorridas em solo português. Assim, os capítulos trazem um olhar a partir do Brasil para problematizar o que se sucede nesse acontecimento. Essa visão já fica clara no prefácio, iniciado por um trecho da música “Tanto Mar” de Chico Buarque, que faz referência ao dia 25 de abril de 1974.
Música:
“Grândola, Vila Morena” de Zeca Afonso. Na virada do dia 24 para 25 de abril de 1974, a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa, transmitiu a canção que havia sido censurada durante o regime salazarista. A música era o código esperado para que os capitães do Movimento das Forças Armadas (MFA) dessem início à Revolução dos Cravos. Sendo mais um dos importantes símbolos da revolução, a canção possui enorme importância para sociedade portuguesa e segue sendo entoada por militantes em diversos protestos organizados no país.
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