Dia das historiadoras e dos historiadores - um filme, um livro, uma música
Atualizado: 25 de out. de 2022
Hoje, dia 19 de agosto, é dia do historiador. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento do abolicionista e escritor Joaquim Nabuco. No ano de 2020, depois de muita luta, os historiadores tiveram sua profissão regulamentada, o que significou um passo muito importante. A busca por valorização anda em conjunto com o objetivo de afirmar a importância dos historiadores para sociedade, que tem como um de seus ofícios auxiliar na compreensão do presente ao investigar o passado. Todavia, é importante pontuar, o passado não é imóvel. Ele é constantemente indagado por novas questões e com base em novas evidências. Cabe, assim, aos historiadores e historiadoras buscar auxiliar na compreensão dessas novas questões, ainda que o contexto político não facilite. Portanto, está mais que justificada o tema de nossa coluna, que será dedicada aos historiadores e às historiadoras!
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FILME:
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“Negação”, de Mick Jackson (2016).
O filme narra uma história real da batalha judicial em que a professora e historiadora Deborah Lipstadt se envolveu na década de 1990. Deborah Lipstadt é uma historiadora especialista no Holocausto que teve sua obra questionada por David Irving, que produzia narrativas negacionistas e sem embasamento em fontes históricas fidedignas. A ficção retrata o ocorrido de forma honesta e permite discutir uma série de questões a respeito da posição do historiador como testemunha na sociedade. Além disso, o negacionismo e a violência das acusações direcionadas à historiadora, por David Irving, permite traçar uma série de paralelos com a forma de atuação da extrema direita nos contextos brasileiro e global nos dias atuais.
LIVRO:
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“História e narrativa: A ciência e a arte da escrita histórica”, organizado por Jurandir Malerba (2016).
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O livro, lançado pela Editora Vozes, traz uma série de artigos importantes de historiadores brasileiros e estrangeiros, como Carlos Fico e Jörn Rüsen, sobre reflexões a respeito da teoria da história e historiografia. Como exemplo, podemos citar temas abordados que debatem a narração histórica, a diferenciação entre fato e ficção, questões relativas à memória, os desafios das narrativas histórica do tempo presente, entre outras análises. Os debates levantados objetivam oferecer ao leitor um amplo horizonte de reflexões acerca da arte de escrever história.
MÚSICA:
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“Pequena Memória para um tempo sem Memória”, de Gonzaguinha.
A belíssima música do Gonzaguinha, mais do que fazer um relato sobre os anos de repressão da ditadura militar, aborda um tema essencial para a história e o ofício do historiador: a memória. Dentre os instrumentos utilizados pelos historiadores para investigar o passado, a memória tem importância fundamental. Nessa música, Gonzaguinha reivindica uma memória sobre os anos vividos na repressão que está longe de ser a memória forjada pelo estado brasileiro na época.
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