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Foto do escritorHistória da Ditadura

O Movimento Black Rio e a ditadura militar

Atualizado: 29 de abr. de 2021

 

Dissertação: Sou negro e tenho orgulho! – Política, identidade e música negra no Black Rio (1960-1980)

Autor: Carlos Eduardo de Freitas Lima (Lattes | Link)

Orientadora: Laura Antunes Maciel


Instituição: Universidade Federal Fluminense, 2017

1. Qual a questão central da sua pesquisa?

O mapeamento da identidade dos atores sociais e políticos dos bailes do subúrbio do Rio de Janeiro na década de 1970 e em como esta cena influenciou o comportamento dos frequentadores dos eventos, integrando as instâncias de combate à ditadura militar e questionando mitos como a democracia racial brasileira ao incorporar elementos existentes fora do país.

2. Resumo da pesquisa

Esta pesquisa investiga o surgimento dos bailes de música negra americana nos subúrbios do Rio de Janeiro, no fim dos anos 1960, procurando identificar suas características, além de sua transformação ao longo das décadas de 1970 e 1980 para avaliar como eles assumiram traços de celebração do orgulho negro em plena ditadura civil-militar. O texto procura identificar momentos de tensão entre autoridades e participantes dos bailes, bem como refletir se, e para quem, a participação nestes eventos significou um ato de resistência ao racismo e à ditadura. A pesquisa buscou mapear os indivíduos e os grupos que ainda hoje reivindicam o legado do Black Rio, analisando as iniciativas de construção e preservação de memórias sobre o movimento.

3. Quais foram suas conclusões?

Ao longo da pesquisa e do texto procurei demonstrar evidências de um “Movimento Black Rio” que se constituiu como parte de um processo mais amplo de formação de uma ‘nova negritude’ como estratégias para atuar contra a repressão e o racismo. Outra dimensão que ganhou importância na investigação foi o reconhecimento das diferentes formas de “ser negro” – expressas pela oposição soul x samba e pelas polêmicas sobre importação x autenticidade na cultura negra – assim como identificar seus vínculos com movimentos e entidades que, naquele momento, disputavam a organização e a liderança da população negra no Rio de Janeiro para enfrentar os preconceitos raciais e a opressão política.

Paulina Alberto. When Rio Was Black – Soul Music, National Culture And The Politics Of Racial Comparision In 1970s. Brazil, Hispanic American Historical Review, 89:1, 2009. Paul Gilroy. O Atlântico Negro. São Paulo, Ed. 34, 2001. Stuart Hall. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Editora Dp&a, 2006. ________. Da Diáspora: Identidade e Mediações Culturais. Editora UFMG. Belo Horizonte, 2003. “Colorindo memórias e redefinindo olhares: Ditadura Militar e Racismo no Rio de Janeiro”. Relatório de pesquisa da Comissão Estadual da Verdade/ RJ, Rio de Janeiro, mimeo, 2015.

Carlos Eduardo de Freitas Lima é doutorando em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense. É mestre em História Social e possui graduação em História pela mesma instituição. Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Possui larga experiência na área de Jornalismo Cultural, tendo colaborado em diversas publicações e projetos sobre música, história, cultura pop, futebol etc. Tem experiência de pesquisa em História da Cultura, sobretudo nos seguintes temas: manifestações culturais, estética, música jovem, ditadura militar. Desenvolve o projeto História Por Música, no qual relaciona eventos e fatos históricos à produção musical, buscando relações e produção de sentido a partir delas.

Caso queira divulgar sua pesquisa sobre temas relacionados às ditaduras latino-americanas do século XX ou sobre questões do Brasil contemporâneo, não necessariamente na área de História, escreva para o email: hd@historiadaditadura.com.br

 

Crédito da imagem destacada:

Photo by Jack Hamilton on Unsplash

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